03.03.2007 | 03h00
Com base em um estudo realizado pelo engenheiro agrônomo e pesquisador Reinaldo José Rodella, de Piracicaba (SP), a Associação Nacional das Indústrias de Vinagre (Anav) começou a incentivar o uso do produto para eliminar as larvas do mosquito Aedes aegypti e iniciou uma campanha de combate à dengue.
O pesquisador explica que testou o efeito ácido do vinagre diluído em água em variadas concentrações e os resultados indicaram que, a partir de 5% do produto na água, todas as concentrações eliminaram as larvas, com efeito prolongado por até oito dias.
A receita caseira ensinada pelo agrônomo é simples. Segundo ele, basta diluir uma colher de sopa de vinagre na água depositada em vasos, pneus, garrafas ou em outros locais de proliferação e as larvas serão eliminadas em no máximo quatro horas.
A vantagem também. Praticamente toda dona-de-casa tem vinagre no armário. Além disso, o preço do produto é baixo, acessível a todas as classes sociais, e tem longa duração. Rodella explica que a acidez da água danifica o trato digestivo das larvas, que se alimentam de fungos, protozoários e detritos orgânicos, não importando os estágios em que elas estão.
Segundo a assessoria de imprensa da Anav, a fonte dessas informações, as 30 indústrias brasileiras de vinagre chegam a produzir 200 milhões de litros do produto por ano, para uso doméstico, e têm capacidade para aumentar a produção em caso de demanda maior.
A coordenadora do Centro de Zoonose de Cuiabá (CCZ), Moema Blatt, diz que não é a primeira vez que apresentam fórmulas alternativas para eliminação de larvas.
O uso de sal, borra de café, hipoclorito (mais conhecida como água sanitária ou alvejante), entre outras substâncias, já são algumas das medidas já conhecidas da população, segundo ela.
Criadouros - Com exceção do controle biológico de larvas usado no Rio de Janeiro (RJ), Moema aponta dois motivos para não dar crédito a sugestões como a de Rodella. "Não é a condição preconizada pelo Ministério da Saúde", frisa, ao lembrar que as ações de combate à dengue são baseadas em pareceres técnicos e científicos das Organizações Mundial e Pan-Americana de Saúde.
Moema insiste que o papel da sociedade diante da dengue é claro. "A parcela da população está em eliminar os criadouros e não em determinar o que usar para eliminar as larvas", ressalta. "Não adianta propor métodos alternativos porque ao invés de recolher o copo a pessoa vai deixá-lo lá", ilustra, ao questionar a sugestão dada pelo pesquisador.
A coordenadora diz ainda que existem criadouros onde a eliminação definitiva de larvas é inviável, como chafarizes e caixas de água sem a cobertura adequada. "Respeito a pesquisa, mas não adotaria na rotina e não recomendo. O que deve ser feito é eliminar criadouros e, onde isso não é possível, aplicar veneno. Temos agentes treinados para isso", finaliza.
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